segunda-feira, julho 14

Liberdade

Tamborila o dedo no ritmo da música. O painel do carro queima de sol. O vento quente vem da janela aberta. O gosto da liberdade. Andar sem rumo, seguir as marcas da estrada, ir pra lugar nenhum, ir pra todo lugar. O cigarro no canto da boca, a música alta, a pista vazia, o céu azul, o óculos largado no banco do passageiro, o batom vermelho na boca. Quem se importa em ficar perdido, perdidos estão todos, deixe a estrada te levar, para longe das pessoas, para longe da metrópole, para longe dos moribundos com fome. O ponteiro da gasolina está no vermelho. Está na hora de acabar com a viajem, vamos fechar com chave de ouro. O alvo é o caminhão maior, para evitar maiores danos. 100 km/h, 120, 140, 160 e colisão. Falta o cinto, o corpo voa para a liberdade, a cabeça racha no asfalto, o corpo tremelica, o susto do pobre motorista, o infarte dele, a morte sua. A morte sua, o sorriso na sua boca. A liberdade veio te carregar nos braços.

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