terça-feira, dezembro 31

2014

Olá, Leitores/Leitoras!

E 2014 está batendo na porta não é mesmo?
deixe ele entrar, se não deixar
ele entra mesmo assim;
Então, é melhor aproveitar
outro ano pode não chegar!

Feliz 2014, e outros anos mais...

EdivanaB.

terça-feira, dezembro 24

Então é Natal!

Pra quem liga
e quem não liga
Paz e sorte!
Ah, que ganhe muitos presentes
Por quê, né? 
Natal sem presentes 
não é Natal!
Edivana.B

sexta-feira, dezembro 20

Coisa

Tem
        uma 
                coisa
Que 
        me 
             atormenta
                               
Me 
     impede
                  me 
                       segura
Maldita
             seja
                    consciência

quinta-feira, dezembro 19

Conto: Teus sonhos

Ih, mas que tive um sonho louco hoje. Veja bem, você foi acompanhar tua amiga ao médico, acho, e pegou no sono. Isso já é um sono dentro de um sono, O.K? O.K, então ela te acordou e vocês vão para o carro, e você dorme de novo. Mas não quer dormir, posto que nem cumprimentou as pessoas de lá, tipo, chegou e sentou, dormiu. Ruim, concordo. Daí você, cochilando, abre os olhos e não vê sua amiga no carro, depois você fecha os olhos bem apertados e ao abrir ela está sentada nele, lembrando que tem mais três pessoas no carro que você não conhece. Puta merda, você cochila de novo e o que? Não tem ninguém no carro, mas ele continua se movendo, aí é você pensar, eu tô dormindo porra, quero acordar. 
Troca o cenário, você vai pra um hotel pra almoçar, e como você chegou lá é um mistério, e mistério maior é você saber que está perto de uma outra pensão que você costuma se hospedar, mas não tem a mínima ideia de como chegar lá. Vamos comer. Sabe aquelas comédias fanfarronas que tudo dá errado, de derrubar comida do prato a alguém pegar seu prato por engano, etc, isso mesmo, tudo acontece com você, até você conseguir chegar a um conjunto de duas mesas largas e alguém decidir que você não está sentado entre elas e te esmagar. Pois bem, tem mais uma pessoa comendo por lá, e a sensação de déjà vu é grande, você sabe que conhece aquela pessoa de algum lugar, mas onde? 
Troca cenário, você já comeu, suponho, e foi escovar os dentes. Por algum motivo você trocou de roupa, e se no começo do sonho você levava sua carteira, agora você tem uma mochila com DOIS colchões e travesseiros. Sério, por quê? 
Aí você está desesperado pra ir pra casa, certo, aconteceu coisas demais. Mas você não sabe como chega e se seu senso de direção for igual o meu, você não vai chegar nunca. Aliás, devo lembrar que você não sabe o nome da sua rua. Fácil hein? Você reconheceu alguém no hotel, bom. O cara te fez saber que você esta pertinho daquela pensão que você gostava de se hospedar. Claro, você vai pedir informação, óbvio. Mais óbvio ainda é ele te dar uma informação super completa: Você sobe por ali, e depois desce. E bem? É isso. 
Aí você tem certeza que alguma coisa não está normal na sua "vida". Tu tá sonhando. Aí você ouve sua mãe falando que está preocupada com você, que quer te ligar, mas tem alguém falando pra ela deixar de se preocupar, que está tudo bem com você. Não, não está, você está tendo um sonho-pesadelo e quer/precisa acordar. Pânico, você grita, me liga mãe. E acorda assustada.

Alívio.


E aí, anda sonhando muito? Deixe um comentário ou conte um sonho. ;)

quarta-feira, dezembro 18

Tédio de morte

Tédio predomina. Tédio, tédio, tédio.
Não tenho porra nenhuma pra fazer. Nem matar quero hoje. Assassina entediada, pode? Talvez, se eu trocar os objetos dos meus crimes. Estou entediada de matar o tempo. Pensei em infanticídio, parricídio não dá por que já fizeram o trabalho por mim. Cachorrocídio, gatocídio, borbolocídio... não me importo se essas palavras não existem, o tédio é tanto que estou me sentindo aquele escritor que inventava palavras, qual o nome dele?
Preciso matar alguma coisa. O próximo que passar pela minha frente. Maldito azarado.
Peguei a chave do carro, botei um forrozão e fui estrada afora. Vento no rosto, sangue no zóio. Matar, matar, matar, matar. E um imbecil pede carona. Claro que eu dou. É hoje!
O nome dele era Carlos, 24 anos, órfão, olhos azuis. Dei pra ele, não matei. Droga.
Virei o carro, depois de deixar ele em casa e me perdi. Isso mesmo, não sabia mais como chegar em casa, fui parar numa favela. Fui roubada. Não matei ninguém, aliás, chorei e implorei pra não ser morta. Humilhante.
Até aí o tédio tinha passado, estava com medo do caralho. Dei de cara com uma mulher-macho que achou que eu precisa de proteção e de ser bolinada, quase fui estuprada. Eu até gostei, mas na hora que deu uma brecha saí correndo que nem o diabo. Caí numa vala de esgoto. Gente, meu tédio numa hora dessa, estava até com saudade. E a vontade de matar? Só o tempo estava bom demais.
Depois do meu fedor, ninguém chegou perto. Ri sozinha. Que merda, literalmente. Começou a chover. Dei boas vindas à água. Providencial.

Continuei andando. Saí da favela e entrei numa área residencial. Isso era de madrugada já. Onde estava não sei, deitei esgotada perto de um portão e cochilei. Acordei com um chute na costela. Doeu hein? Puta merda. Nem gemi, tamanha dor. Gritaram pra eu ir dormir em outro lugar, etc. Tentei argumentar, pedir informação, qualquer coisa. Levei um soco na cara. Acordei na delegacia. Fiquei aliviada, até descobrir que estava sendo acusada de roubo. Vê se pode. Demorou séculos pra esclarecer minha situação. Quando cheguei de volta ao meu muquifo, estava morta. Que reviravolta. Tédio seja abençoado. A partir de agora, nada de dar carona pra ninguém, matar tudo bem.


E aí, entediado?

domingo, dezembro 15

Preguntaro

Das veiz preguntam preu
pregunta instranha, sem pé nem cabeça
dessas cá genti chora miudinho pa intindê
dispois num sabe que dizê, nóis fica tudo mudo
e foi numa dessasaí, dessas di rancá cabelo
queu discurbi minha verdadera filicidade

preguntaro preu seuera homi macho
e discuibri qui homi sô, tenho as parti tudo certo
mai num sô desses machos galante não
sô mais desses macho que gosta de macho
sô macho e sô muié
e sô tudo qui diveria sê

sexta-feira, dezembro 13

A dor da saudade

O céu está escuro agora, faltam algumas horas para o amanhecer, para o mundo acordar. E nessa hora, uma lágrima rola em minha face, deslizando lentamente, como em um filme barato, e a dor dentro de mim, faz com que outras lágrimas brotem, e escorram mais velozes, e meu medo de solidão se faz presente e a solidão é companheira, na hora escura da madrugada.

terça-feira, dezembro 10

Folha


Tem uma folha aqui

eu ponho ela fora

ela volta mansinho

um vou com a vassoura

ela volta com o vento

eu tento esquecer dela

o que me faz refletir sobre a vida

que levo desbestada

como gotas de chuvas

cometendo velhos erros

que tento erradicar

mas não posso

(e não quero)

posto que retornam

com o vento

tal qual folha marrom

quarta-feira, dezembro 4

Quem disse?

é que às vezes temos umas preocupações tão idiotas
e uns sentimentos tão tolos
e umas vontades tão estúpidas

é que me pergunto a razão de suprimi-las
e quem disse que são idiotas, tolas, estúpidas?

é que de vez em quando, é tão bom ser ridículo
ser imbecil e ser feliz, plenamente

terça-feira, dezembro 3

Conto: Arrependimento

Oi, o que você faz hoje que não fará amanhã?

Não consigo sair da cama. Meu corpo pesa, minha vontade é fraca, minha vida, uma merda. Não consigo me olhar no espelho, meus olhos fecham, minha face retorce, meu peito, chora. Não posso ser feliz, minha alegria não existe, minha satisfação morreu, minha vontade, inexistente. Quem me dera uma mão amiga para me consolar, um olhar conhecido para me incentivar, uma pessoa contente para me contagiar. Quisera um dia sair dessa cama, apenas andar, sem rumo, deixar o quarto, correr livre, sentir o sol no rosto, o vento no cabelo, a maresia na pele, o suor correndo pelas costas, as pessoas rindo, falando, os bebês gritando, as crianças sendo crianças. Quisera eu um dia, sair dessa cama. As pessoas me diziam que eu era o centro de suas vidas, essas pessoas não existem mais, não, elas me deixaram sozinho nessa cama. E minha mente prega peças. Eu ouço os passos que nunca chegam, eu ouço os risos que já passaram e as palavras de amor sussurradas sem pudor num tempo-espaço tão longo que me faz sentir fraqueza. Eu perdi tudo, perdi tudo. O que restou foi o que chamo de cama. Um confortável caixão de madeira maciça, envernizado, coberto de lágrimas, a sete palmo sob a terra, com uma bela tumba, em ladrilho azul e branco, com uma bela inscrição: Aqui jaz, filho amado, marido confiável, pai amoroso. Mas eles esqueceram de completá-la com 'filho da puta egoísta'.

segunda-feira, dezembro 2

Inocente

Oi, uma pequena história sobre conhecimento interno.

Olhei seus olhos pelo espelho. Brilhavam em fendas. Olhei bem dentro deles, o mais que a escuridão permitiu. Sorriu-me. Retribuí. Mas não era eu, não senhor. Eu sou uma pessoa educada e gentil, amável com crianças e idosos. Responsável, trabalhador. Não, não era eu. Eu sou bom. A pessoa do espelho me sorria com malícia, safadeza, mau caratismo, certa ferocidade, com exigência de inocência. Como poderia não sorrir de volta? Ali estava meu lado direito gritando pela liberação, e eu deixei. Meu outro eu, o depravado, o maligno, o cruel saiu e se manifestou. Eu estava perdendo o controle já, sentia o sangue correr com mais força pelas veias, martelava a cabeça, uma certa tontura me ocupava. Ele estava vindo, me pegou em escuridão. E agora os olhos do espelho eram meus, preso pelo monstro, até ele se saciar de sangue alheio. Tenho a certeza de que quando ele me deixar, vou estar envolto de prostitutas degoladas, homens destroçados, vísceras e muito sangue. Meu estômago vai revirar, talvez eu vomite. Nada que me impeça de limpar as mãos e seguir caminho. Eu sou inocente.

E então, já se olhou no espelho hoje?
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