terça-feira, dezembro 31

2014

Olá, Leitores/Leitoras!

E 2014 está batendo na porta não é mesmo?
deixe ele entrar, se não deixar
ele entra mesmo assim;
Então, é melhor aproveitar
outro ano pode não chegar!

Feliz 2014, e outros anos mais...

EdivanaB.

terça-feira, dezembro 24

Então é Natal!

Pra quem liga
e quem não liga
Paz e sorte!
Ah, que ganhe muitos presentes
Por quê, né? 
Natal sem presentes 
não é Natal!
Edivana.B

sexta-feira, dezembro 20

Coisa

Tem
        uma 
                coisa
Que 
        me 
             atormenta
                               
Me 
     impede
                  me 
                       segura
Maldita
             seja
                    consciência

quinta-feira, dezembro 19

Conto: Teus sonhos

Ih, mas que tive um sonho louco hoje. Veja bem, você foi acompanhar tua amiga ao médico, acho, e pegou no sono. Isso já é um sono dentro de um sono, O.K? O.K, então ela te acordou e vocês vão para o carro, e você dorme de novo. Mas não quer dormir, posto que nem cumprimentou as pessoas de lá, tipo, chegou e sentou, dormiu. Ruim, concordo. Daí você, cochilando, abre os olhos e não vê sua amiga no carro, depois você fecha os olhos bem apertados e ao abrir ela está sentada nele, lembrando que tem mais três pessoas no carro que você não conhece. Puta merda, você cochila de novo e o que? Não tem ninguém no carro, mas ele continua se movendo, aí é você pensar, eu tô dormindo porra, quero acordar. 
Troca o cenário, você vai pra um hotel pra almoçar, e como você chegou lá é um mistério, e mistério maior é você saber que está perto de uma outra pensão que você costuma se hospedar, mas não tem a mínima ideia de como chegar lá. Vamos comer. Sabe aquelas comédias fanfarronas que tudo dá errado, de derrubar comida do prato a alguém pegar seu prato por engano, etc, isso mesmo, tudo acontece com você, até você conseguir chegar a um conjunto de duas mesas largas e alguém decidir que você não está sentado entre elas e te esmagar. Pois bem, tem mais uma pessoa comendo por lá, e a sensação de déjà vu é grande, você sabe que conhece aquela pessoa de algum lugar, mas onde? 
Troca cenário, você já comeu, suponho, e foi escovar os dentes. Por algum motivo você trocou de roupa, e se no começo do sonho você levava sua carteira, agora você tem uma mochila com DOIS colchões e travesseiros. Sério, por quê? 
Aí você está desesperado pra ir pra casa, certo, aconteceu coisas demais. Mas você não sabe como chega e se seu senso de direção for igual o meu, você não vai chegar nunca. Aliás, devo lembrar que você não sabe o nome da sua rua. Fácil hein? Você reconheceu alguém no hotel, bom. O cara te fez saber que você esta pertinho daquela pensão que você gostava de se hospedar. Claro, você vai pedir informação, óbvio. Mais óbvio ainda é ele te dar uma informação super completa: Você sobe por ali, e depois desce. E bem? É isso. 
Aí você tem certeza que alguma coisa não está normal na sua "vida". Tu tá sonhando. Aí você ouve sua mãe falando que está preocupada com você, que quer te ligar, mas tem alguém falando pra ela deixar de se preocupar, que está tudo bem com você. Não, não está, você está tendo um sonho-pesadelo e quer/precisa acordar. Pânico, você grita, me liga mãe. E acorda assustada.

Alívio.


E aí, anda sonhando muito? Deixe um comentário ou conte um sonho. ;)

quarta-feira, dezembro 18

Tédio de morte

Tédio predomina. Tédio, tédio, tédio.
Não tenho porra nenhuma pra fazer. Nem matar quero hoje. Assassina entediada, pode? Talvez, se eu trocar os objetos dos meus crimes. Estou entediada de matar o tempo. Pensei em infanticídio, parricídio não dá por que já fizeram o trabalho por mim. Cachorrocídio, gatocídio, borbolocídio... não me importo se essas palavras não existem, o tédio é tanto que estou me sentindo aquele escritor que inventava palavras, qual o nome dele?
Preciso matar alguma coisa. O próximo que passar pela minha frente. Maldito azarado.
Peguei a chave do carro, botei um forrozão e fui estrada afora. Vento no rosto, sangue no zóio. Matar, matar, matar, matar. E um imbecil pede carona. Claro que eu dou. É hoje!
O nome dele era Carlos, 24 anos, órfão, olhos azuis. Dei pra ele, não matei. Droga.
Virei o carro, depois de deixar ele em casa e me perdi. Isso mesmo, não sabia mais como chegar em casa, fui parar numa favela. Fui roubada. Não matei ninguém, aliás, chorei e implorei pra não ser morta. Humilhante.
Até aí o tédio tinha passado, estava com medo do caralho. Dei de cara com uma mulher-macho que achou que eu precisa de proteção e de ser bolinada, quase fui estuprada. Eu até gostei, mas na hora que deu uma brecha saí correndo que nem o diabo. Caí numa vala de esgoto. Gente, meu tédio numa hora dessa, estava até com saudade. E a vontade de matar? Só o tempo estava bom demais.
Depois do meu fedor, ninguém chegou perto. Ri sozinha. Que merda, literalmente. Começou a chover. Dei boas vindas à água. Providencial.

Continuei andando. Saí da favela e entrei numa área residencial. Isso era de madrugada já. Onde estava não sei, deitei esgotada perto de um portão e cochilei. Acordei com um chute na costela. Doeu hein? Puta merda. Nem gemi, tamanha dor. Gritaram pra eu ir dormir em outro lugar, etc. Tentei argumentar, pedir informação, qualquer coisa. Levei um soco na cara. Acordei na delegacia. Fiquei aliviada, até descobrir que estava sendo acusada de roubo. Vê se pode. Demorou séculos pra esclarecer minha situação. Quando cheguei de volta ao meu muquifo, estava morta. Que reviravolta. Tédio seja abençoado. A partir de agora, nada de dar carona pra ninguém, matar tudo bem.


E aí, entediado?

domingo, dezembro 15

Preguntaro

Das veiz preguntam preu
pregunta instranha, sem pé nem cabeça
dessas cá genti chora miudinho pa intindê
dispois num sabe que dizê, nóis fica tudo mudo
e foi numa dessasaí, dessas di rancá cabelo
queu discurbi minha verdadera filicidade

preguntaro preu seuera homi macho
e discuibri qui homi sô, tenho as parti tudo certo
mai num sô desses machos galante não
sô mais desses macho que gosta de macho
sô macho e sô muié
e sô tudo qui diveria sê

sexta-feira, dezembro 13

A dor da saudade

O céu está escuro agora, faltam algumas horas para o amanhecer, para o mundo acordar. E nessa hora, uma lágrima rola em minha face, deslizando lentamente, como em um filme barato, e a dor dentro de mim, faz com que outras lágrimas brotem, e escorram mais velozes, e meu medo de solidão se faz presente e a solidão é companheira, na hora escura da madrugada.

terça-feira, dezembro 10

Folha


Tem uma folha aqui

eu ponho ela fora

ela volta mansinho

um vou com a vassoura

ela volta com o vento

eu tento esquecer dela

o que me faz refletir sobre a vida

que levo desbestada

como gotas de chuvas

cometendo velhos erros

que tento erradicar

mas não posso

(e não quero)

posto que retornam

com o vento

tal qual folha marrom

quarta-feira, dezembro 4

Quem disse?

é que às vezes temos umas preocupações tão idiotas
e uns sentimentos tão tolos
e umas vontades tão estúpidas

é que me pergunto a razão de suprimi-las
e quem disse que são idiotas, tolas, estúpidas?

é que de vez em quando, é tão bom ser ridículo
ser imbecil e ser feliz, plenamente

terça-feira, dezembro 3

Conto: Arrependimento

Oi, o que você faz hoje que não fará amanhã?

Não consigo sair da cama. Meu corpo pesa, minha vontade é fraca, minha vida, uma merda. Não consigo me olhar no espelho, meus olhos fecham, minha face retorce, meu peito, chora. Não posso ser feliz, minha alegria não existe, minha satisfação morreu, minha vontade, inexistente. Quem me dera uma mão amiga para me consolar, um olhar conhecido para me incentivar, uma pessoa contente para me contagiar. Quisera um dia sair dessa cama, apenas andar, sem rumo, deixar o quarto, correr livre, sentir o sol no rosto, o vento no cabelo, a maresia na pele, o suor correndo pelas costas, as pessoas rindo, falando, os bebês gritando, as crianças sendo crianças. Quisera eu um dia, sair dessa cama. As pessoas me diziam que eu era o centro de suas vidas, essas pessoas não existem mais, não, elas me deixaram sozinho nessa cama. E minha mente prega peças. Eu ouço os passos que nunca chegam, eu ouço os risos que já passaram e as palavras de amor sussurradas sem pudor num tempo-espaço tão longo que me faz sentir fraqueza. Eu perdi tudo, perdi tudo. O que restou foi o que chamo de cama. Um confortável caixão de madeira maciça, envernizado, coberto de lágrimas, a sete palmo sob a terra, com uma bela tumba, em ladrilho azul e branco, com uma bela inscrição: Aqui jaz, filho amado, marido confiável, pai amoroso. Mas eles esqueceram de completá-la com 'filho da puta egoísta'.

segunda-feira, dezembro 2

Inocente

Oi, uma pequena história sobre conhecimento interno.

Olhei seus olhos pelo espelho. Brilhavam em fendas. Olhei bem dentro deles, o mais que a escuridão permitiu. Sorriu-me. Retribuí. Mas não era eu, não senhor. Eu sou uma pessoa educada e gentil, amável com crianças e idosos. Responsável, trabalhador. Não, não era eu. Eu sou bom. A pessoa do espelho me sorria com malícia, safadeza, mau caratismo, certa ferocidade, com exigência de inocência. Como poderia não sorrir de volta? Ali estava meu lado direito gritando pela liberação, e eu deixei. Meu outro eu, o depravado, o maligno, o cruel saiu e se manifestou. Eu estava perdendo o controle já, sentia o sangue correr com mais força pelas veias, martelava a cabeça, uma certa tontura me ocupava. Ele estava vindo, me pegou em escuridão. E agora os olhos do espelho eram meus, preso pelo monstro, até ele se saciar de sangue alheio. Tenho a certeza de que quando ele me deixar, vou estar envolto de prostitutas degoladas, homens destroçados, vísceras e muito sangue. Meu estômago vai revirar, talvez eu vomite. Nada que me impeça de limpar as mãos e seguir caminho. Eu sou inocente.

E então, já se olhou no espelho hoje?

quarta-feira, novembro 27

Trancada no banheiro

Olá. Queria compartilhar uma história que aconteceu comigo, alguns anos atrás. Foi motivo de muita piada e risos alheios. Como eu não sei contar, ou escrever piadas, lá vai.

Não sou dessas pessoas que acordam bem de manhã. Quase morro quando preciso acordar antes das 9 horas, sério, meu despertador que o diga. Sabendo disso, eu trabalhava de tarde. Acordei, certo dia, em meu horário habitual, 11 horas da manhã. Fui ao banheiro fazer as minhas abluções, banho, dente, cabelo etc. Mas eis que, minha porta estava com um certo defeito, e acabei por ficar trancada ali. Dei umas pancadas nela, bati e gritei pela mãe, pelo tio e ninguém me ouviu. Encostei a cabeça na porta, como quem vai chorar, mas nada, não sou dessas desesperadas. Ainda me olhei no espelho conferindo a cara de sono. Sentei no chão, contra a porta, apoiei a cabeça nos joelhos e dormi. Sério, eu dormi! Agora me diga, quem em sã consciência senta no chão do banheiro para dormir?? Eu! 
Pois bem, minha família, muito preocupada, só foi dar pelo meu "sumiço" lá pela 1 hora da tarde, que bem, estava mais do que atrasada pra trabalhar. Quando a minha mãe gritou comigo pela escada - e me acordou - começou o desespero, dela. Ela só faltou derrubar o banheiro de tanto bater à porta pra me tirar de lá, do meu (des)confortável cochilo, e não conseguiu! Porta do capeta, tivemos que chamar um primo que veio com umas ferramentas e abriu a porta. Moral da história, eu durmo em qualquer lugar. 

Pode? Deixe seu comentário, o que você faria?

quarta-feira, novembro 20

Conto: Narradora

Então, outro conto. Divirta-se!

Batia com concentração o teclado do computador. Busca: inspiração. Buscava o melhor de si para jogar as palavras, mal olhava as mãos, olhos retos e diretos na tela. Queria a obra prima. E o leitor pergunta, que há agora? Não sei, não posso dizer mais do que o momento. Como narradora observadora e paciente, vejo o aqui e agora e sinto os sentimentos. Nesse instante, seus dedos se movem com tanta velocidade que me dá vertigem, fecho os olhos por alguns momentos, tentando me recuperar, esmago um mosquito com as mãos (eu sei, sou habilidosa nesse quesito) e quando desloco minha atenção para ela, ela continua feliz. Aliás, agora chora de felicidade. Possivelmente um pouco desesperada, mas a alegria toma a cada um de forma diferente.
Devo confessar que estou cansada de observar e não participar. Que graça há em uma pessoa que só escreve? Não há ação, aventura, emoção. Talvez eu devesse inventar alguma coisa, mas não posso, seria incorrer na mentira, e de mentira eu não gosto. Minha mãe costumava dizer que... Oh, ela levantou da cadeira, que emocionante, vamos dar glórias, um pouco de movimento, eh? Mas retornemos à minha mãe, mulher interessantíssima, sempre me dizia que assim que eu proferisse uma única mentira, arrancava todos os meus dentes, um a um, com alicates. Nunca menti desde que ela arrancou o rabo do gato para me ensinar uma lição. O melhor foi ver o gatinho pulando desequilibrado. Ai ai, quase choro de rir ao lembrar de mamãe. 
Agora ela está indo ao banheiro, ah, não, ali não e o banheiro, é a lavanderia. Cordas, legal, que será que ela vai fazer com cordas? Rapel, é claro. Que burra que eu sou. Mas veja só, já voltou pro computador. E essa alegria que não passa. Vai assoar esse nariz mulher! Tenho vontade de gritar, puxa vida, que frustrante ficar observando a vida alheia sem poder interferir. Eu hein? Chatice.
Bem, o que eu estava falando mesmo? Memória fraca. Esses dias o médico receitou uns remédios aí. Tomei dois ou três e joguei o resto fora. Imagina, eu, na minha idade, tomando remédio. Nada, estou na flor da idade, pronta pra ser arrebatada em jovens braços finos. Mas bem, que a mulamba está fazendo agora? Só desorganizando as coisas, arrastando cadeiras no meio da sala. Nunca vi isso, praticar rapel no meio da sala. Vai descer por onde, Exú? 
Oh, não, espere um minuto. Isso está parecendo uma daquelas coisas que supostamente devemos "evitar", como se chama mesmo? Ah, lembrei, suicídio. Oh merda, espere, não enfie o pescoço aí. Ai, deve ter doído. Haha, ficou se debatendo é? Quem mandou pular? Ela parecia tão feliz agora mesmo, estava inclusive chorando. 
Ai nossa, vamos lá querida, chegue mais perto, deixe-me tirar essa corda daí. Melhor? Um pouco? Legal. Céu? Que céu? Não não, nada disso. Aqui é o Departamento de Vigilância, venha comigo, vou levar você ao seu novo posto de trabalho. Ih, você vai adorar o pessoal, todo mundo de bem com a vida...


Gostou (ou não), deixe uma lembrança em forma de letras que formam palavras que formam frases que me deixam feliz. ;)

segunda-feira, novembro 18

Conto: Olhos que riem

Se você chegou até aqui, seja bem aventurado! Se conseguir ler até o fim sem se entediar, fico satisfeita. Depois me conte o que achou.
Boa leitura!

Para alguns, a felicidade suprema se caracteriza por um pedaço de chocolate, um abraço de amor, um sorriso de carinho, uma conversa alegre, um beijo, um gozo, um suspiro, muitas gargalhadas, a solidão, a calmaria, o status de popular, uma boa música, uma bebida quente que seja, mas para ele não, essas coisas eram inúteis. Comida era comida, pessoas eram inúteis, momentos desperdícios de tempo. Para ele a felicidade era o trabalho, para ele a felicidade era o seu trabalho, para ele a felicidade eram os olhos.
Digamos de certa forma que ele era antipático sempre, e apresentava empatia na necessidade. Agora mesmo, seu sorriso não chegava aos olhos, mas nem todos têm a percepção de olhar um sorriso e saber sua profundidade de realidade. O sorriso dele era uma casca vazia, e os olhos que o via eram verdes claro, belíssimas íris, grandes, permeados por espessos cílios negros. E esses olhos sorriam com sinceridade para os olhos falsos dele.
A pessoa de belos olhos era daquelas que acreditava na beleza da vida, na inocência dos homens, na felicidade alheia. Não se deixava abater pela tristeza, sorria pelos olhos, pela boca, pelo corpo, pelos gestos e iluminava o ambiente, um paradoxo com sua brilhante pele morena. A pessoa era uma formosa mulher. Crédula, simpática, tola de certo modo.
Ele olhava para ela e deseja roubar sua felicidade, desejava para si o sorriso dos olhos. E no intento de alcançá-lo engajou a pobre numa conversa mansa, cheio de meias palavras, muitos significados, malícia mal disfarçada, sedução forte, potente, premente. E ela não caiu? Caiu, feito um patinho, entregou sua boca em beijos, seu corpo em degustação e sorriu seus suspiros sinceros. E naquela conversa pós-coito ele pediu o sorriso de seus olhos, e eis que ela diz, são seus! 
Ah, que sublime alegria, ele teria o que desejava, seus olhos, literalmente. O processo cirúrgico demorou o tempo de sua degustação. Sorriu e limou seus dedos no sangue. Cheirou a excitação, manuseou os instrumentos com precisão formosa, beliscou belicosamente a face pálida, beijou com loucura os lábios imóveis, gozou sobre o corpo duro, e se refastelou na mais pura alegria de alcançar seus objetivos.
Os olhos sorridentes foram delicadamente acoplados em vidrinhos com o que ele chama de Conservante do Amor. Espetados imóveis na galeria de horrores dos mais centenares de olhos azuis, verdes, marrons, negros, laranjas e mortos.

E eu que saio dando minhas partes por aí? Jamais. Vai que alguém leva literalmente? ><

sábado, novembro 16

Conto: Pés de galinha

Olá, senti desejos de publicar um pequeno conto. Espero que gostem, e se atentem às promessas.

O  pé da galinha era seu prato preferido, com todos aqueles ossinhos para chupar, lamber, mordiscar. Cada pé era uma felicidade suculenta. Adorava-os. Comprava de muitos quilos, temperava com os mais diversos temperos, nacionais, internacionais. Os olhos brilhavam enquanto a panela de pressão chiava e exalava aquele vapor delicioso. A fome mordendo por dentro, o desejo era comer alguma coisa para aliviar, mas o medo de estragar o apetite fazia forte sua resolução.
Depois que comia, sentia remorso, ia no galinheiro alisar belemina, beladona, belazinha, florbela e mariabela. Todas galinhas caipiras de anos de convivência. Sentia um remorso profundo, chorava algumas lágrimas e prometia nunca mais comer pés, aquela era a última vez. As galinhas arrulhavam sob suas mãozinhas gordinhas, e punham seus ovos crendo nas promessas. Mas eis que os olhos falam mais profundo que tudo, alisava as penas brilhosas, e buscavam um vislumbre dos pés para saciar. 
Quando, pela segunda vez no dia, fez suas rezas pedindo ao seu deus que a impedisse de comprar pés, saiu em direção ao açougue. Sim, nada de pés hoje, somente um quilo de carne moída, algum bacon, talvez salsinhas e um quilo de linguiça. Nada de galinhas, tenho que aprender a controlar meus impulsos. Mas ali estava, a tentação em forma de gente, o velho dono de açougue dizendo que tinha chegado pés recentemente. A boca salivou, a língua saiu procurando umedecer os lábios secos. Hoje não, só quero carne de boi, nada de frango. Que é isso? Os pés estão fresquinhos, com as unhas cortadas e tudo. Oh, Jesus, dai-me força. Meio quilo, não, um quilo, não, não, três quilos, espere, quanto chegou? Dez quilos, não, é muito, trouxe pouco dinheiro. Pode pagar depois?, ai não sei, sabe que não gosto de ficar devendo. Estava querendo comer linguiça também. Levo tudo. Boa tarde senhor, fique com deus. Eu também?, eu nada, ai que remorso, eu vou voltar para devolver... 
Mas que nada, em pouco tempo estava em casa, cuidando amorosamente do tempero. Dez quilos, era muito pé. Quantos frangos, galinhas, galos mortos. O que diria suas galinhas se soubessem? Não contaria, silêncio mortal sobre o assunto. Silêncio mortal. Ai, mas elas dariam pelo cheiro. Foi no vizinho, no vizinho, vocês sabem que eu prometi, e promessa é dívida. 
Mas o cheiro estava divino, o cheiro era o céu na terra, e certamente, se existia um céu para ela, ele era cheio de pés de galinhas. E quando ficou pronto? Faltou ter um ataque enquanto esperava todo vapor sair da panela. Tinha fome, gana, gula, desejo. O primeiro pé foi praticamente engolido inteiro, tinha certeza que os ossinhos menores foram tragados pela avidez, do décimo em diante foi mais cautelosa, mais refinada, chupando osso por osso, saboreando calmamente, como um bom chefe degustador. Abriu uma garrafa de vinho quando chegou no trigésimo pé. Sorveu com goles maduros, reprimidos. Quando parte da panela e do vinho tinham sido consumido, e estava saciada, parou e limpou a gordura dos dedos, da boca, do nariz e do peito. Começou a sentir arrependimento. Um tão profundo que em meios aos seus arrotos de satisfação, tinha um soluço de tristeza. 
Lavou as mãos, escovou os dentes, passou perfume, e foi ao galinheiro. Tudo calmo. A primeira a atacar foi florbela, se jogou do galho mais alto direto na cabeça, o bico foi para os olhos, os pés para a boca, as unhas agarrando firme. Belamina foi a próxima, e uma a uma cobraram suas promessas do corpo gritante estendido no chão, logo sem olhos, com a pele cheia de galinha. E elas entoavam: Você prometeu, você prometeu, você prometeu...


P.S.: Se gostou, ou não, deixe um recadinho. ;)

sexta-feira, novembro 15

Gordinha Bonachona

eu imagino, velha bonachona
sentada nas molas do sofá
absorvendo as palavras da TV
ouvindo os gritos dos vizinhos

suas mãos nervosas retorcem
sua cabeça redonda, mexe de um lado a outro
seus olhinhos brilham, excitada

um grito mais alto, e um sobressalto
as mãos pequenas e gordas se alisam
uma baba escorre da boca
sorriso de felicidade

na TV estrondo, na cabecinha, malícia?
e curiosidade. 
E dedinhos gordos brincam com a pipoca
e que o espetáculo não acabe;

Miragem

um dedo de prosa
um prato de bolo
um sorriso alegre
uma laranja partida
um copo de suco
meia xícara de café
açúcar sobre a mesa
formigas em festa
um fio de cabelo
uma mão mais boba
o leite entornado
as gargalhadas esvaem
os olhos brilham
lembranças esquecidas
retratos em pó
palavras mortas
revivem vez ou outra
na memória saudosista
do espectador da vida
que da vida só espera
a indesejada das gentes

quinta-feira, novembro 14

Lenço

queria um lenço
para chorar
um ombro, apoiar
um destino, seguir
e no meu desespero
peço de todos
solidariedade
rogo a ti,
amor profundo
só piedade

sexta-feira, novembro 8

Na casa do vizinho

na casa do vizinho, há uma alegria!
na casa do vizinho, há promessas!
na casa do vizinho, há bençãos!
na casa do vizinho, há safadezas!
na casa do vizinho não há privacidade,
já o que vizinho divide tudo comigo
embora eu não queira
não tenho opção no assunto

na casa do vizinho, há eu, também!

terça-feira, novembro 5

Queimando

meus olhos ardem
de sono, de fogo
de paixão

ardem dentro da boca, 
do estômago,
das vísceras

tudo pegando fogo
que queime
deixe queimar

quinta-feira, outubro 31

Silêncio!

Irritados
estamos todos esgotados

precisamos dormir e sonhar
estamos todos ruídos e 
queremos paz

mas, o barulho da máquina
não cessa, o falar do sábio
também não

Ah, silêncio

Silêncio!

sexta-feira, outubro 25

Ligação

se o seu telefone tocar, 
não atenda. Sou eu, 
em prantos, chorando as mágoas
do nosso passado passado
do nosso inexistente, futuro.

não atenda o telefone, ignore
não dê corda, bola. não atenda-me
não, atenda-me

quarta-feira, outubro 23

Machucado

entrou na minha pele,
fez estrago, tirou sangue

arranhou, passou álcool
bebeu também

lambe os lábios, demônio
lambe rápido, mas lambe

sexta-feira, outubro 18

Fases

pela janela, vastidão
de uma vida dura

pela alma, solidão
de nossa vida madura

pelo corpo, intrusão
de um prazer controverso

quinta-feira, outubro 17

Arde-me

Botou seus olhos em cima,
não literalmente,
derrubou sua saliva onde desejei,
literalmente,
suas mãos correram ásperas meu peito
precipitado
e nosso suor virou um só, derrotado

Abandonos

E ao buscar novas perspectivas, 
encontrei amor, felicidade, carinho
E ao abandonar a velha vida
larguei um filho e dois gatos
E ao juntar o novo e o velho
vi que nada funciona bem, 
e que o passado, embora longe
não surpreende futuro incerto

terça-feira, outubro 15

Nosso meu

Desisti de pensar, meu bem
Desisti de insistir por mim
logo vejo, que nosso Nós, não há
logo vejo, também, esse velho eu
perdido em sonhos rasos e 
interpretações imperfeitas de um
nosso que seria só eu

sábado, outubro 12

Desabafo

Gastando saliva
Tentando explicar
minha vida e erros
Para ouvidos ocos
mente fechada
coração duro
Duro

sábado, setembro 28

Palavras fluidas

Palavras fluidas, jogadas ao vento, de tento em tento, bateu profundo, vastidão cortante, de sonhos perdidos, com palavras soltas, levadas ao vento, de tanto em tanto, esvanece o pranto, esvanece e pronto.

quinta-feira, setembro 26

Vozes


Vós cantais
dais Voz
Ah, que frio que me passaste
com severo calor?
passai-me vossos medos
e voz suave, serena.

sexta-feira, setembro 20

Cane-la

cá,nela.
seu sabor e seu toque me cheiravam a, A canela. Seu desprezo e seu amargor eram canela.
um chute, um tempero, um passado, e foi tudo, e palavra das palavras.
no gozo eterno do incompreendido. No gozo, eterno.
Can(c)ela.

quinta-feira, setembro 19

Papel Composto

Sobre a mesa
alvíssimo papel
papel manchado
manchado de amor
amor de fim
fim de ti
ti ali
ali no papel
papel composto
composto com teu
teu sangue

segunda-feira, setembro 16

Vida real

Tava eu aqui agorinha mesmo,
buscando nas páginas da internet
meu ego cabisbaixo, levantar
e que me deparo, não com curas
mas com felicidades alheias
e me machucam, pois não são minhas
então, sinto-me na obrigação de fazer crer que?
que estou tão feliz com a felicidade alheia se faz minha
que após dar meu aval de felicidade, decidi fechar
minha vida virtual. 
E curtir a merda da vida real.


sábado, setembro 14

Pensando

Começo a pensar nas palavras sussurradas em surdina, no pleito fiel do escuro, no sôfrego desejo suspirado, e pensando em coisas velhas renova em mim essa sensação tão boa que não encontro igual, diferente. Pensando em coisas e sentimentos antigos, aflora nos olhos e, nos lábios, maldições repetidas.

quinta-feira, setembro 12

Sem título

'Que sinta eu medo
da solidao constante
e da atroz saudade
é mera ocorrência
do abandono induzido
pelo medo, de novo''

quarta-feira, setembro 11

Aqui e agora

Queria aqui e agora:
suspiro carinhoso
sopro suave 
falta de ar
e gritos
(escandalosos!)

sexta-feira, setembro 6

Rangido

Ah o rangido da porta
indicativo de quem chega
ou vai
esse rangido sinistro
alertando quem ouve
do sorriso que vem
e vai
rangido medonho
paralisa meu corpo
da morte que vem
e vou

quarta-feira, setembro 4

Aos nossos pais

"De todo amor 
que já tive (!)
e todo amor
que tenho (!)
gratidão pouco explica
profundo amor 
que retenho" (!)

quinta-feira, agosto 29

Fotografias

Busquei nas velhas fotos
encontrar teu antigo calor
e procurei desesperada
ali, teu cheiro e tua voz


Mas as fotos competem comigo
e minhas memórias
e não trazem teu afeto desmedido
nem tua cálida presença
não
as fotos revelam congelado momento
em que fitava-me com amor tal já findo
junto ao teu corpo, e tua vida!

sexta-feira, agosto 23

Finalmente

Finalmente alcancei 
a paz de uma vida turbulenta
a alegria de uma vida triste
a euforia de uma vida parada
a desgraça de uma vida amorosa!

sexta-feira, agosto 16

Não sou Eu

Quando olhei para mim
refletida numa poça d'água
senti fremir de asco
(pelo que vi)
alguém que era minha cara
mas estava longe de ser eu!

quarta-feira, agosto 14

Destino

Saindo agora
no meio tempo ruim
na chuva que ameaça
no frio que chegou
na vontade de chegar logo

Saindo agora
com destino à felicidade,
há felicidade!

terça-feira, agosto 13

Casa

Saudades de casa
do aconchego do lar
do cheiro da comida
do abraço carinhoso
do amor velado e
das lembranças da infância

domingo, agosto 11

Desisto

Desisto de tudo
Peço arrego enfim
Dessa vida triste
Desse desamor antigo
Dessa dor inútil
De você
Velha Companhia

quinta-feira, agosto 8

Cigarro

Acendi meu cigarro de filtro branco. Dei uma longa tragada. Respirei três vezes antes de soltar a fumaça. E ela dissolveu no ar, deixando-me, igual você. Sinto falta, neste momento, de um café forte e bem doce, e da sua companhia, embora eu não te conheça, tenho esperanças. Enquanto você não chega, continuo meu vício fatal, e se você chegar tarde... apenas chegue.

terça-feira, agosto 6

Por aí

Por aí
sem compromissos
só com o vento
voando alto
sem pressão,
mais tesão!

Assassino

Temi ontem como nunca
a face do mal que há em mim
pois ela me fez fazer más coisas
com você. E gostei da sensação
do seu medo, seu pavor. Adorei!
Fora do meu controle, tomei sua vida
pulsante em minhas mãos, e bebi dela
com sedenta vontade. E como já disse, 
temi eu esse momento, inevitável.

domingo, agosto 4

Cão

Seu tom veio manso para se infiltrar no meu coração, sabe?
E queria ter o poder de combater essa emoção, decliná-la educadamente!
Ser desprezível como nosso fim foi um dia.
Mas os olhos sofridos, e as escoriações no corpo me comoveram,
e acolhi-te em minha casa, provi-te a comida, o carinho, e no fim,
no fim fui abandonada. E não é que te culpe, não a ti necessariamente,
mas culpo o destino, que nos juntou e de forma cruel separou,
e dei-te a medicina, e cuidei-te as necessidades, mas anjo,
em seu último suspiro, eu não estava lá, e quando já estava inerte
foi que eu cheguei, e seus olhos, aqueles mesmos, não tinham vida
e apesar de tudo, não trocaria nada, por nada!

Platônico

Tentação.
Em meus sonhos és tudo que desejo,
Em realidade não conhece-me
mas eu sim, conheço-te
Em verdade, é amor:
Amor Platônico!

sábado, agosto 3

Silêncio

Olhando aqui para o céu
o suor escorrendo pela face
o calor entrando nos poros
posso lamentar sua ausência
posso chorar e culpar o sol
posso gritar em voz baixa
e posso me calar, apenas,
me calo, pois palavras mal ditas
devem ser palavras silenciosas

Legítima defesa

Foi tudo legítima defesa,
eu juro!
Cheguei nela mansamente e 
de nada mansa estava ela
metia em mim, dor profunda
Foi tudo legítima defesa,
eu juro!
Que ela caiu num poço
cheio de cimento fresco
Foi tudo legítima e coincidente defesa,
eu juro!

sexta-feira, agosto 2

Conflito

E o conflito me aperta por dentro
o meu conflito pessoal contra o mundo
preocupada com todos os padrões 
em ser amada por quem não conheço
e meu conflito me consome, diariamente
e tento não me importar, mas não posso
está tão profundo em mim, que não consigo ser eu mesma.
Quero ser o querem que eu seja!

Teu desprezo

Linda flor. Belo sorriso
Considerável fortuna
carrega você, no corpo
Ah, minha linda!
Que me despreza
e amo teu desprezo
que é melhor que
teu amor fútil, 
inútil, idiota!

quinta-feira, agosto 1

Olhos

Estou olhando em todos os lados
procuro o que nem sei encontrar
infinitamente desesperada 
e as janelas que emolduraram
seu belo rosto, hoje vazias,
emolduram dois olhos vermelhos
e o meu medo e a procura
acabam(?)

quarta-feira, julho 31

Preciso pedir Perdão

Peço perdão pelos meus erros
que são traduções do meu corpo
aprisionado em uma jaula de sangue
que quer sua liberdade da prisão,
uma prisão muito bonita, mas não pode,
não pode me dar paz, a paz
que eu preciso. Agora.
Peço perdão pelos meus desafetos
buscando minha paz causei amargor alheio
E não é que me importe. Eu não.
Mas preciso pedir. Por educação, apenas.

Nosso particular

Que meu inferno particular passe por você
e leve sua maldita alma comigo
que sofra você as dores do desprezo
e que meu inferno particular te acalente
numa morte sofrida
numa morte merecida
numa morte que me pertence
és minha, e meu inferno
é nosso!

terça-feira, julho 30

Sol

Sinta o sol que me queima
toque-me com o frio
apague o inferno em mim
satisfaça meus desejos
queime comigo
deixe-me queimar
deixe-me queimar
(...)

Aqueles dias

Aqueles dias que você se sente um lixo
que a sua brincadeira não tem graça
que o seu amor não vale para nada
que o seu sorriso é plenamente ignorado
que suas lágrimas se misturam à chuva,
e ninguém percebe!

domingo, julho 28

Para ti

Agora mesmo, queria ter o dom das letras e me declarar. Usar as mais belas rimas, as mais lindas emoções e os mais belos sentimentos. Mas não posso, estou restrita pelos meus medos, pelas minhas más memórias, pelas minhas incertezas. Queria ser mais para ti, o pouco que sou não é suficiente. Que pena! Agora mesmo, busco em mim forças para terminar a escrita, má escrita, de uma vontade, que sabemos, não se concretizará.

sexta-feira, julho 26

Diabo

Nasceu com o diabo no corpo.
O pai concordou, a família, a sociedade e o mundo também.
Cresceu com o diabo no corpo.

Envelheceu com o diabo no corpo.
Nunca amou, nunca foi amado.
Morreu com o diabo, no corpo.
Nunca matou, nunca roubou, nunca estuprou, nunca bebeu, nunca fumou, nunca usou drogas, nunca transgrediu nenhuma lei, mas foi infinitamente desprezado, tinha o diabo no corpo.




Nota: O uso do Diabo transcende sua característica inicial, trabalho-o aqui como estigma.

Sussurros

Sussurros na noite gelada
espremido nos braços frios
deslizando pele espalmada
chegavam os olhos vazios

Sentimentos nulos, sombrios
cantou a padecer desalmada
sussurrantes medos sem brios
chegou a morte, a esperada

terça-feira, julho 23

Espelhos

Espelhos, captando o brilho fosco 
em luz suave e lamacenta.
Meu amigo mais leal, e sincero
mostra meus defeitos, me constrói.
Na pouca luz espectral, sugou-me o ar 
pouco que tenho, pregando peças
refletindo o que não quero,
não quero ver.

sábado, julho 20

Infinitude

No infinito calor de teu afeto, 
na solitária lamúria do meu fim, 
no sossego destemido de meus sonhos, espero eu
de ti bela amizade, 
de ti correspondência, 
de ti minha aventura, 
de ti, minha paz.

quarta-feira, julho 17

Companheira

Vã tristeza essa minha
que deixa esvair pelos poros
a dor de uma vida mal provida
e o medo de um sonho inacabado

Tristeza, minha querida e plantada
que não se esmorece por nada
a amiga das horas felizes, és
tu, sádica companheira

domingo, julho 14

Buscar pela minha felicidade

E se vou buscar minha felicidade num pedaço de papel, é bom que seja de ótima qualidade, com árvores que passaram suas vidas criando sombras e ouvindo histórias, e que abrigam em si a maldita magia da vida, as fantasias deliciosas das crianças e o abrigo proveniente de seus ramos. Se vou escrever e contar a minha alegria num desgarrado pedaço de papel, seja lá qual for sua utilidade primeira, então que seja feito assim, e que seja abençoada a história e que seja proscrito o futuro meu.

terça-feira, julho 9

Brincar

Vamos brincar de amar
Vamos brincar de nos importar
Vamos brincar de ser feliz
Vamos querido, mente pra mim
Brincando de me adorar

sábado, julho 6

Aniversários!

Já tive muitos tipos de aniversários. Aquele que esperei pela festa surpresa, e não teve, aquele que não esperei e mesmo assim, não teve. Aquele primeiro sem uma pessoa familiar querida, aquele que quase me atropelaram, e aquele que muitos esqueceram. Aquele que teve a festa, ehhhh, e aquele que foi um bolo singelo e só as pessoas mais amadas, e aquele que foi triste, aquele que fui injustiçada, aquele que me deixou mais adulta, aquele que me fez sorrir, e aquele que me lembra o quão velha estou ficando. E dentre esses todos, não trocaria nenhum, pois fazem parte de quem sou hoje, levemente paranoica, estranhamente afetuosa, uma ambulante de sorte diversa.

sexta-feira, julho 5

Sufocada

Sufocada, meu ser desce garganta abaixo, engolido pelo meu desprezo, e estúpida comiseração. Sufocada, pelas mãos que provém e desferem injúrias, e sufocada pela espera, pelas pessoas, inúteis acomodadas. Sufocada pelo mundo, que descansa em minha cabeça, assim que pousa ela, sobre o travesseiro, algoz noturno.

sábado, junho 29

Perfume

E seu perfume suave
essência incandescente
um desejo tão picante
despertar de meu clamor

E seu perfume cruel
sedutor e flamejante
libido algures de mim
bebida forte, inebriante

quinta-feira, junho 27

Menina Castanha

Olhem a Menina Loira
espalhando charme por aí
deambulando pelas frestas
fingindo ser o que quer e tal,
encantou, brincou cas cores!

Visto o fato, tive logo 
que trocar da poesia
seu desígnio primeiro!



*Nunca tinha escrito nada para uma pessoa específica, posto que mal sei escrever (risos). Dedico este à uma amiga (Érica), e a tod@s que brincam com as cores fazendo delas encanto aos olhos.
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